Na casa dos meus 20 anos, eu e
Yan Franco Nunes
Na casa dos meus 20 anos, eu era o líder de turno da noite em uma loja de varejo local. Era um emprego tranquilo na maioria das vezes, com o silêncio da noite permeando os corredores estreitos da loja. Em uma dessas noites, quando eu estava sozinho na loja, o som de batidas na porta da frente interrompeu a monotonia da noite.Meus passos ecoaram no chão laminado enquanto me aproximei cautelosamente da porta. Através do vidro embaçado, pude distinguir uma figura sombria, envolta em um capuz. Meu coração deu um salto desagradável no peito. Estamos fechados, avisei, minha voz soando mais frágil do que eu gostaria.O homem não respondeu. Seu silêncio era mais perturbador do que qualquer palavra poderia ser. Uma sensação de inquietação se instalou em mim enquanto observava a figura parada do lado de fora, como se estivesse esperando por algo.Sacudi a cabeça para afastar meus pensamentos sombrios e retornei ao meu trabalho, tentando me convencer de que era apenas um transeunte confuso. No entanto, a sensação de que algo estava errado não me deixava.Horas depois, quando me preparava para fazer uma pausa, vi uma sombra se movendo no canto do olho. Congelei, meu coração batendo com força. Escondi-me atrás das prateleiras, prendendo a respiração enquanto observava o intruso entrar sorrateiramente na sala de descanso.O som dos meus próprios batimentos cardíacos ecoava nos meus ouvidos quando decidi fugir para pedir ajuda. Mas antes que eu pudesse fazer qualquer movimento, ouvi seus passos se aproximando rapidamente. O terror apertou meu peito enquanto eu me esforçava para controlar o pânico que ameaçava me paralisar.Com mãos trêmulas, corri em direção à porta da frente, as chaves balançando desajeitadamente em minha mão suada. O estampido ensurdecedor de um tiro cortou o ar, ecoando pela loja vazia. Uma explosão de adrenalina me impulsionou para a liberdade, enquanto eu corria para fora da loja em desespero.O ar gelado da noite queimava meus pulmões enquanto eu me esgueirava para dentro do meu carro, meu corpo tremendo com a sobrevivência recém-descoberta.